quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Lentidão - Milan Kundera (parte II)

"Será que aquilo que Madame de T. acaba de viver com ele faz parte da rotina dela ou foi uma aventura rara, talvez única? Seu coração teria sido tocado ou continua intacto? [...] Será que a ausência do cavalheiro irá torná-la nostálgica ou a deixará indiferente?
E quanto a ele: quando, de manhã, o marquês zombou dele, ele respondeu espirituosamente, conseguindo manter-se o senhor da situação. Mas como teria verdadeiramente se sentido? E como se sentirá no momento em que deixar o castelo? Em que pensará? No prazer que sentiu ou em sua reputação de rapazinho ridículo? Sentir-se-á vencedor ou vencido? Feliz ou infeliz?
Em outras palavras: será que podemos viver no prazer e para o prazes e sermos felizes? O ideal do hedonismo é realizável? Existe essa esperança? Será que existe ao menos um tênue vislumbre dessa esperança?"

Esse trecho me fez questionar aspectos que antes estavam muito claros na minha cabeça. Eu costumava pensar: Temos que fazer só o que nos dá prazer e assim alcançaremos a felicidade. Será mesmo? Aí me lembro de uma conversa que tive há dias atrás com duas amigas: quando temos que pensar nas consequências e quando devemos agir inconscientemente, somente em busca do prazer maior? 

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